A gestão da tecnologia, que NÃO é somente a gestão da TI, deve estar contemplada no planejamento estratégico da empresa, pois a ligação dos padrões de competição do mercado com as caraterísticas internas e externas da empresa orientam as decisões sobre as estratégias competitivas. Tal constatação mostra-se crítica ao considerarmos o contexto econômico atual caracterizado pela alta velocidade em que as mudanças ocorrem e as exigências dos consumidores por produtos de alto valor agregado, tecnologicamente atualizados e de baixo custo.
Se considerarmos que a efetividade operacional é requisito necessário para as empresas competirem em um mercado complexo e dinâmico e que ela deve estar baseada no aumento da produtividade, na redução de custos e no desenvolvimento de produtos inovadores, torna-se seguro afirmar que a gestão da tecnologia é uma importante ferramenta administrativa para proporcionar desempenho diferenciado, pois tem influência destacada tanto na produtividade, quanto nos custos e no desenvolvimento de produtos.
Clarke, Ford e Saren (1989) descrevem que produtos ou processos aperfeiçoados que elevam o desempenho da empresa no mercado têm relação direta com o gerenciamento sistêmico da tecnologia e do fluxo inovativo ligado ao conhecimento. Os autores concluem que o conhecimento flui através de etapas determinadas, quais sejam: planejamento tecnológico, aquisição de tecnologia, investigação, desenvolvimento, engenharia, produção e assistência técnica.
Com isto, a gestão da tecnologia deve incorporar uma perspectiva tecnológica agregada a estratégia corporativa da empresa, delineando, compreendendo a origem e compartilhando as habilidades tecnológicas entre os diferentes setores da empresa, fazendo com que o suprimento de necessidades tecnológicas seja coerente aos objetivos estratégicos definidos no mapa tecnológico (TRM) e no plano estratégico.
Para reflexão: a sua empresa tem uma diretriz de desenvolvimento tecnológico claro? Tem um Technology Roadmap estruturado em serviços de inteligência tecnológica? Ele funciona na prática? Inteligência tecnológica para você como gestor é um luxo longínquo e desnecessário? Não é um assunto para o momento? Vamos aguardar mais tempo para ver para onde o mercado vai?
Fábio Lopes Pinto atua hoje como Consultor de Empresas e Professor de graduação e MBA.
É Eng. Metalúrgico (UFRGS), MSc. em Inovação e Propriedade Intelectual (INPI), Especialista em Adm. de Empresas (FGV) e Competitive Intelligence Professional (ACI/USA).