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ERA DO CONHECIMENTO, CAPITAL INTELECTUAL, SIDERURGIA E INDÚSTRIAS DE BASE – REFLEXÃO

O século XX foi marcado por grandes transformações econômicas e sociais, largamente influenciadas pelo avanço da revolução industrial e disseminação do modelo capitalista pelo mundo. Seguindo a esteira dos avanços da “Era Industrial”, novas transformações sociais, econômicas e políticas passaram a ganhar força ao final do século XX. No entanto, tais mudanças não mais se baseavam em processos industriais, mas sim na maneira pela qual as pessoas viam e utilizavam o conhecimento, marcando, assim, o início do que viria a ser chamado de “Era do Conhecimento”. Nesse novo contexto, ideias e conhecimento passaram a ser as fontes mais importantes do crescimento econômico, ao passo que a inovação se tornou um dos elementos fundamentais na estratégia competitiva das empresas. A produção de conhecimento e seu fluxo dinâmico geraram novos desafios, transformando as características da competição global e desafiando as empresas a buscarem novos patamares tecnológicos, construídos agora através da tecnologia e da inovação.

Ao avaliarmos empresas de setores de mercado como a siderurgia, classificadas como indústria de base [1], observa-se uma necessidade latente de mudança de postura conceitual e de modelos de gestão, estes ainda muito ligados à era industrial, por meio da adaptação à dinâmica e a exigência mercadológica por produtos inovadores da economia do conhecimento.

Ainda que as agendas estratégicas empresariais tenham suas pautas focadas em temas como desempenho, competitividade e geração de valor, a entrada do tema gestão do capital intelectual será uma questão de tempo, como uma demanda oriunda dos mercados financeiros, e também dos consumidores, cada vez mais ávidos por produtos que tenham diferenciais tecnológicos.

Então, para que uma empresa do ramo siderúrgico possa crescer e ter perenidade frente ao difícil cenário econômico mundial marcado pelo excesso de produção de aço, faz-se necessária à aquisição de know-how em gestão da inovação e da propriedade intelectual como elementos fundamentais para operar o negócio com segurança jurídica quanto a contrafação dos direitos de PI e para garantir a sustentabilidade e a perenidade no mercado, aliados ao desenvolvimento de alta capacidade tecnológica e estratégia competitiva diferenciada. Assim, a estruturação de setores responsáveis pela gestão estratégica do capital intelectual e dos ativos intangíveis torna-se crítica, importante e urgente, para a superação dos desafios presentes.

O know-why é uma demanda que vem dos gestores do capital, da alta direção das empresas e dos financistas do mercado, visto o valor do capital intelectual e dos ativos intangíveis que estes agentes já enxergam, monitoram e negociam. Este reporte periódico é uma prática consolidada e consta nos demonstrativos financeiros das organizações que são enviados periodicamente para os investidores e para as bolsas de valores.

A indústria de base brasileira é fornecedora de insumos para praticamente todos os setores produtivos. As principais são a indústria de mineração, a siderúrgica, a metalúrgica e a de cimentos (BNDES, 2016).

Fábio Lopes Pinto atua hoje como Consultor de Empresas e Professor de graduação e MBA.
É Eng. Metalúrgico (UFRGS), MSc. em Inovação e Propriedade Intelectual (INPI), Especialista em Adm. de Empresas (FGV) e Competitive Intelligence Professional (ACI/USA).

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